Estamos na era do Eu. Do descartável. Do hedonismo. E, infelizmente, o que tenho constatado é que esta nova forma de encarar a vida leva a excessos bem perigosos para a nossa saúde quer física quer mental, desde o elevado grau de consumismo até ao refúgio na comida - tudo, segundo o meu ponto de vista, atitudes de negação para não pensarmos nas consequências das nossas acções e no que nos tornámos. Gostaria de me focar na primeira consequência.
Perdeu-se largamente o sentido de comunidade e tudo gira em torno do indivíduo. Já não sabemos poupar, o que é irónico, tendo em conta que vivemos em tempos de crise há anos. Mas a verdade é que a pessoa, hoje em dia, já não sabe distinguir o que é essencial e realmente necessário do que não é. No meu tempo, a TV Cabo era um luxo. A Internet era um luxo. O telemóvel era um luxo. Hoje em dia parece que já não conseguimos viver sem estas coisas, especialmente a última.
E quando a bateria do telelé acaba ou ficamos sem rede... All hell breaks lose. Chamem os bombeiros e o carro da polícia. E quando finalmente já conseguir ligar, toca a lixar a vida do pessoal que trabalha no apoio a cliente da respectiva operadora. Sim, porque como é que é possível haverem zonas sem cobertura de rede?? Quer dizer, estamos em 2011, não se admite.
Se a isto juntarmos as roupas, os brinquedos, as refeições fora de casa, o entretenimento - porque afinal de contas merecemos tudo isto - fico com a impressão realmente muitos de nós vivemos num universo irrealista. Ou será esta a nova realidade?
Custa-me pensar que as crianças de hoje em dia, com a educação que estão a ter, não estarão lá muito preparadas para o mundo real. Para além de não terem a noção do que realmente é necessário, não sabem o que é a palavra 'não'. Pelo menos as que conheço. Os pais dão-lhes tudo e raramente vejo a educação propriamente dita, ou seja, o sentido de que, para ter aquilo que quer, a criança tem de trabalhar para a merecer.
Lembro-me de estudar isto em Sociologia na faculdade. Os filhos de pais ricos tinham tendência para depressões extremas e inclusive suicídio porque nasciam em berços de ouro, estavam habituados a ter tudo o que queriam e viviam numa bolha de protecção. Como tinham tudo, não tinham objectivos pelos quais lutar. E isso é mais essencial para o ser humano do que muita gente julga.
Agora parece-me que estamos num tempo em que a grande maioria nem sequer se apercebe que não pode sustentar o estilo de vida actual. Não tenho dinheiro para isto? Não há problema, toca a recorrer ao crédito! Eu pensava que esta moda era exclusiva dos EUA, mas cada vez mais se vê no nosso país. Há inclusive pessoas a passarem fome para terem um objecto que desejam muito. Fico parva quando vejo estas coisas.
Por tudo isto gostaria de te perguntar: Acreditas que as tuas prioridades estão no sítio certo? Tiras algum tempo para valorizar aquilo que tens? Tentas ser uma pessoa melhor todos os dias?
Termino com o desejo de que todos nós encontremos o nosso caminho na vida e tenhamos sempre a força para nos levantarmos depois de cairmos.
Uma boa semana para todos!
Uma boa semana para todos!
Well written Ana. It's easy to get focused on the small things and not be able to see the whole picture. And in the end I believe that consumerism will only lead to destruction.
ResponderEliminarWow you actually got all that? You will be speaking portuguese in no time. Thank you for the comment :) My main goal with this is to realize that that it is all in our/your hands.
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