segunda-feira, 11 de abril de 2011

Filosofias de Vida

Estamos na era do Eu. Do descartável. Do hedonismo. E, infelizmente, o que tenho constatado é que esta nova forma de encarar a vida leva a excessos bem perigosos para a nossa saúde quer física quer mental, desde o elevado grau de consumismo até ao refúgio na comida - tudo, segundo o meu ponto de vista, atitudes de negação para não pensarmos nas consequências das nossas acções e no que nos tornámos. Gostaria de me focar na primeira consequência.

Perdeu-se largamente o sentido de comunidade e tudo gira em torno do indivíduo. Já não sabemos poupar, o que é irónico, tendo em conta que vivemos em tempos de crise há anos. Mas a verdade é que a pessoa, hoje em dia, já não sabe distinguir o que é essencial e realmente necessário do que não é. No meu tempo, a TV Cabo era um luxo. A Internet era um luxo. O telemóvel era um luxo. Hoje em dia parece que já não conseguimos viver sem estas coisas, especialmente a última. 

E quando a bateria do telelé acaba ou ficamos sem rede... All hell breaks lose. Chamem os bombeiros e o carro da polícia. E quando finalmente já conseguir ligar, toca a lixar a vida do pessoal que trabalha no apoio a cliente da respectiva operadora. Sim, porque como é que é possível haverem zonas sem cobertura de rede?? Quer dizer, estamos em 2011, não se admite.

Se a isto juntarmos as roupas, os brinquedos, as refeições fora de casa, o entretenimento - porque afinal de contas merecemos tudo isto - fico com a impressão realmente muitos de nós vivemos num universo irrealista. Ou será esta a nova realidade?

Custa-me pensar que as crianças de hoje em dia, com a educação que estão a ter, não estarão lá muito preparadas para o mundo real. Para além de não terem a noção do que realmente é necessário, não sabem o que é a palavra 'não'. Pelo menos as que conheço. Os pais dão-lhes tudo e raramente vejo a educação propriamente dita, ou seja, o sentido de que, para ter aquilo que quer, a criança tem de trabalhar para a merecer.

Lembro-me de estudar isto em Sociologia na faculdade. Os filhos de pais ricos tinham tendência para depressões extremas e inclusive suicídio porque nasciam em berços de ouro, estavam habituados a ter tudo o que queriam e viviam numa bolha de protecção. Como tinham tudo, não tinham objectivos pelos quais lutar. E isso é mais essencial para o ser humano do que muita gente julga.

Agora parece-me que estamos num tempo em que a grande maioria nem sequer se apercebe que não pode sustentar o estilo de vida actual. Não tenho dinheiro para isto? Não há problema, toca a recorrer ao crédito! Eu pensava que esta moda era exclusiva dos EUA, mas cada vez mais se vê no nosso país. Há inclusive pessoas a passarem fome para terem um objecto que desejam muito. Fico parva quando vejo estas coisas.


Por tudo isto gostaria de te perguntar: Acreditas que as tuas prioridades estão no sítio certo? Tiras algum tempo para valorizar aquilo que tens? Tentas ser uma pessoa melhor todos os dias?




Termino com o desejo de que todos nós encontremos o nosso caminho na vida e tenhamos sempre a força para nos levantarmos depois de cairmos. 


Uma boa semana para todos!

2 comentários:

  1. Well written Ana. It's easy to get focused on the small things and not be able to see the whole picture. And in the end I believe that consumerism will only lead to destruction.

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  2. Wow you actually got all that? You will be speaking portuguese in no time. Thank you for the comment :) My main goal with this is to realize that that it is all in our/your hands.

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